Secretaria Municipal de Meio Ambiente divulga relatório completo de manutenção de estação de tratamento no Loteamento Boaventura do Bairro Fátima

11 de fevereiro de 2022 fecam 229 visualizações

De maneira a sanar problemas detectados em vistorias prévias, realizou-se no dia 17 de novembro de 2021 ação de manutenção na estação de tratamento de esgoto localizada na Rua Francisco Sthel, SN, Bairro Fátima, a qual é responsável pelo atendimento do Loteamento Boaventura. As ações foram gerenciadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, com o apoio das Secretarias de Obras e Planejamento, além dos serviços de hidrovácuo e hidrojateamento executados pela empresa Dedetizadora Barros.

Cita-se ainda o suporte por parte da empresa Klabin, a qual disponibilizou espaço para destinação de efluentes removidos da estação, além de ceder caminhão hidrovácuo para apoio a ação.

DAS AÇÕES EXECUTADAS

Os trabalhos foram iniciados pela roçada de todo o entorno da estação, ao mesmo tempo que removia-se grande monte de entulho depositado nas imediações e sobre um poço de visita (PV) a montante da estação. Os registros fotográficos destas estão relacionados abaixo.

Com a chegada do caminhão hidrovácuo, foi realizada a abertura de todas as tampas da estação e dos 3 PV que a antecedem, realizando-se em seguida a drenagem completa do efluente contido na estrutura e na rede coletora. Com o emprego do hidrojato, realizou-se desobstrução e limpeza das tubulações internas da estrutura e da rede coletora nas proximidades da estação. Também foram removidos resíduos sólidos contidos no interior da estrutura. Os registros fotográficos destas ações estão relacionados abaixo.

Durante a execução de todas as atividades supracitadas foram realizadas inspeções na estrutura da estação a fim de certificar sua integridade e funcionalidade.

No planejamento inicial pretendia-se realizar a remoção total do leito filtrante e das tubulações que compõem a zona de raízes, porém devido às condições climáticas e outros fatores esta etapa foi adiada.

DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeiramente vale-se relembrar que a estação de tratamento em questão apresentava sinais claros de mal funcionamento, em especial na unidade de tratamento terciário (zona de raízes). Havia ainda a constatação de ao menos dois pontos críticos de transbordamento da estação, o primeiro na caixa de passagem que estabelece ligação entre o filtro anaeróbio e a zona de raízes, e o segundo no terceiro PV a montante da estação. No ato da ação alvo deste relatório, o primeiro vazamento havia reduzido consideravelmente, ao passo que o segundo aumentou consideravelmente.

A roçada e remoção do entulho tinham por objetivo facilitar as demais ações e inspeções, visto que a vegetação já apresentava tamanho suficiente para encobrir parte da estrutura e dificultava o acesso. Já o monte de entulho (aprox. 20m³) bloqueava o acesso a um PV e a uma das laterais da estrutura, sendo sua remoção essencial para correta inspeção.

O procedimento de drenagem foi iniciado pela estrutura do tanque imhoff, porém após drenagem parcial deste, observou-se a inexistência de entrada de efluente na estrutura. Considerando este fato, optou-se por iniciar a drenagem pelo PV que aprentava maior fluxo de vazamento, após a drenagem e limpeza deste, com o emprego do hidrojato foi realizada a limpeza dos ramais ligados ao PV e desobstrução da canalização de acesso estação, a qual encontrava-se completamente bloqueada. Findados os procedimentos na rede coletora, reiniciou-se a drenagem e limpeza do tanque imhoff e posteriormente do filtro anaeróbio, chegando por fim a caixa de passagem.

As inspeções das estruturas revelaram que o tanque imhoff encontra-se em boas condições, não havendo necessidade de intervenções. Já o filtro anaeróbio apresentou acúmulo de lodo levemente superior ao esperado, em especial nas calhas coletoras do efluente tratado, a provável causa deste acúmulo fundamenta-se no represamento do efluente dentro da estação que por sua vez provoca perda de eficiência em todas as unidades. Outro problema verificado diz respeito à presença de resíduos sólidos (rejeitos, ossada de animal, grandes pedaços de madeira entre outros) na parte superficial do filtro, que podem vir a entrar na tubulação causando obstruções.

Em inspeção a estrutura final do filtro anaeróbio, a qual recebe o efluente tratado e o direciona a caixa de passagem, observou-se que a marca de nível na lateral apresentava altura superior a canalização, fornecendo assim claro indício de obstrução nos estágios subsequentes, esta estrutura pode ser observada na Figura 13.

Quanto a situação da caixa de passagem, a mesma foi encontrada completamente cheia de efluente, considerando-se que esta estrutura tem por finalidade a condução do efluente, em momento algum deveria atingir sua capacidade máxima ou apresentar sinais de transbordamento, fornecendo assim sinal de obstrução na estrutura subsequente. Como agravante, foi identificado situação irregular de despejo direto de esgoto não tratado oriundo da residência imediatamente ao lado da estação. Esta contribuição irregular oferece riscos ao sistema, visto que o efluente não tratado adicionado a o último estágio irá mascarar a eficiência da estação piorando seus indicadores, além de oferecer risco de entupimento.

A zona de raízes apresenta em sua superfície grande quantidade de detritos dos mais variados tipos, os quais prejudicam seu funcionamento. As tentativas de uso do caminhão hidrojato nas das tubulações internas mostraram-se infrutíferas, fornecendo assim elementos suficientes para afirmar que há obstruções que inutilizam toda a estrutura da zona de raízes.

Por fim cita-se que todas as tampas dos PV observados nesta ação precisam de reparos e/ou reconstrução, as tampas removidas para a limpeza devem ser novamente seladas, a fim de se evitar infiltrações e outras circunstâncias que oferecem risco a saúde pública, ao ambiente e ao funcionamento da estação.

DA VISTORIA EM DATA POSTERIOR E DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

No dia 22 de novembro foi realizada nova vistoria, a fim de apurar os impactos permanentes da ação realizada. Nesta pode se observar que a estrutura já encontra-se em sua capacidade máxima, resultando assim em vazamento considerável na caixa de passagem.

O vazamento que vinha sendo registrado no 3º PV a montante a estação não voltou a ocorrer, estando esta estrutura operando dentro da normalidade, indicativo que a desobstrução da canalização foi efetiva.. Porém ressalta-se que a não correção dos problemas na estação pode vir a provocar novo entupimento na rede coletora, neste mesmo ponto ou em suas proximidades.

Como consideração final observa-se que ações voltadas a o recondicionamento da zona de raízes que viabilizem sua operação são se de extrema necessidade, recomendando-se a remoção total do leito filtrante e de suas tubulações seguido de sua reconstrução. Também é necessária a busca de alternativas para a contribuição irregular de esgoto na caixa de passagem, adotando-se como solução a condução do efluente a entrada do sistema ou a implantação de sistema individual de tratamento (sistema fossa e filtro) capaz de atender a residência.